Ação

Presos milicianos que atuavam na Baixada e na Zona Oeste do Rio

Um dos presos está ligado a morte de Yan Gabriel, de 12 anos

Lennon Bento Souza, responsável por cobrar taxas em Nova Iguaçu
Lennon Bento Souza, responsável por cobrar taxas em Nova Iguaçu |  Foto: Reprodução
 

Cinco homens foram presos na operação que está sendo realizada nesta terça-feira (18), na Zona Oeste do Rio e na Baixada Fluminense. A operação “Conexão 32”, conduzida pela Polícia Civil e o Ministério Público, busca prender integrantes da milícia liderada por Danilo Dias Lima, conhecido como ‘Tandera’. 

Dos cinco presos, dois foram alvos de prisão em flagrante. Os outros três foram presos em decorrência de mandados de prisão em aberto contra eles.

Os três presos são: Caio da Silva Faria, vulgo Caio Poldoski, responsável por monitorar a atuação das forças de segurança na Baixada Fluminense, e usava seu poder na milícia para se tornar o único distribuidor de água de Santa Cruz; Jhonny Alexandre de Souza, vulto Jhon Jhon, é o coordenador do Grupo de Ações Táticas (Gat) da milícia e possui mandados de prisão por crimes como extorsão e homicídio; Lennon Bento Souza, responsável por cobrar taxas em Nova Iguaçu e pelo monopólio do cigarro na região. 

Márcio Esteves, delegado da 72ª DP (Mutuá), explicou que as investigações tiveram início  quando ele recebeu denúncias do caso enquanto atuava na 56ª DP (Comendador Soares). 

“Essa investigação começou em 2021, quando começamos a fazer um bom monitoramento de toda essa cadeia do crime organizado, dos grupos de monitoramento, grupos de cobrança, grupos de atuação de guerra, de ocupação de espaço e de crimes como homicídio, roubo e sequestro. Identificamos, ao todo, 33 elementos que participavam dessa organização criminosa. Nós enviamos para o ministério público e de lá atuamos com a ajuda do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ) e hoje culminou com a denúncia e nove mandados de prisão, além de 14 de busca e apreensão”, afirmou.

Os homens presos estão ligados às mortes que ocorreram em Nova Iguaçu, no início deste ano.

“Com essa investigação e a denúncia, conseguimos ligar esses homens a essas mortes. Daí para frente, o norte é a investigação em cima da quadrilha com relação às mortes, que já temos alguns indícios”, contou o delegado José de Moraes, da 56º DP (Comendador Soares). 

Ao todo, foram apreendidos documentos e celulares. Um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido na casa de um policial militar ainda não identificado. 

A operação 

A operação contou com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) e com o Departamento Geral de Polícia da Baixada (DGPB) e das 72ª (São Gonçalo) e 56ª (Comendador Soares). Um dos alvos da operação é Gilson Ingracio de Souza Júnior, conhecido como “Juninho Varão”. De acordo com a denúncia do Ministério Público do Estado, oferecida em 11 de janeiro de 2023, ele atuava como braço armado e financeiro da organização criminosa, participando diretamente da compra de armas de fogo e munições.

Os mandados foram expedidos pelo Juízo da 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa e estão sendo cumpridos em Campo Grande, Santa Cruz, Paciência, Nova Iguaçu e Duque de Caxias. A ação conta com o apoio de agentes da Corregedoria da Polícia Militar e da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), da Polícia Civil. 

Ainda segundo o GAECO, o grupo atuaria nos bairros Danon, Conjunto da Marinha, Dom Bosco e Grão Pará, entre outros, situados na localidade conhecida como Estrada de Madureira, em Nova Iguaçu, Santa Cruz e outros. Os demais alvos dos mandados são apontados como responsáveis pelo tráfico de armas, dominação de território, extorsões, homicídios e monopólio no fornecimento de bens essenciais e serviços públicos.  

Investigações do GAECO e da 56ª DP, apontaram para a existência de dois núcleos principais na organização criminosa. Ao primeiro núcleo, cabia a coordenação e divisão de tarefas entre os integrantes do grupo, a organização da segurança armada, através de rondas armadas realizadas na região sob o domínio da organização criminosa, assim como o planejamento de crimes de homicídio e extorsões.  O segundo núcleo era responsável pelo monitoramento das forças de segurança na região dominada pelo grupo criminoso.

< Torcedor desaparece após deixar estádio Nilton Santos, no Rio Andressa Urach perde a guarda do filho de 2 anos; ex-marido celebra <